APITO DOURADO - AS MEMÓRIAS (2)


Após a sexta sessão do julgamento do processo originário do Apito Dourado, há um mistério que permanece: quem é João Jorge Elias Martinho? Nunca ninguém o viu no Tribunal de Gondomar, bem assim como o advogado que mandatou: Joana Pimenta.
Quase desde a primeira hora que João Martinho se constituiu assistente neste processo, ou seja, na posição de alguém que tem algo a reclamar dos factos que estão a ser apurados, tal como acontece com os Dragões Sandinenses, a equipa que concorreu directamente com o Gondomar SC, na época de 2003/2004, pela subida à II Liga. Os dragões têm sido representados no tribunal pelo advogado Francisco Coelho dos Santos e toda a gente sabe que reclamam 3 milhões de euros de indemnização por eventuais prejuízos provocados pela viciação da verdade desportiva. Mas ainda ninguém conseguiu perceber quem é o que faz João Martinho na qualidade de assistente neste processo. Ainda se pensou que fosse um jornalista mais atrevido que assim se tivesse constituído para conseguir ter acesso ao processo mas este hipótese está praticamente colocada de parte. E todas as tentativas de contacto dos serviços do tribunal gondamarense resultaram infrutíferos. Será que João Martinho existe?

Rui Mendes, o detonador

Hoje, corre o pano sobre a sétima sessão do julgamento. A “estrela” do dia, no campo das testemunhas, será o árbitro Rui Mendes. Sem ele não teria havido não só este processo mas todos os que resultaram como certidões do processo originário.
Rui Mendes esteve dois anos na 1.ª categoria e foi uma queixa sua que fez cair as peças deste dominó. Tudo começou em 2001, quando Mendes relatou a Valentim Loureiro, presidente da Liga em exercício, uma situação ocorrida consigo na qualidade de árbitro da 1.ª categoria e com Nemésio de Castro, então membro da Comissão de Arbitragem da Liga, antes de um jogo entre o Campomaiorense e a U. Leiria. Na sequência da conversa que teve com o major, na Câmara Municipal de Gondomar, Mendes acabou também a falar com José Luís Oliveira e foi-lhe sugerido se estava interessado em apitar um jogo da equipa gondamarense, como viria a acontecer. Mendes apitou o jogo Gondomar-Trofense, que terminou empatado a uma bola. A nota que recebeu não foi boa e Mendes “encheu o saco” e foi falar com Pimenta Machado, que o aconselhou a escrever uma carta ao presidente da Liga. Carta que foi encaminhada por este para o DIAP do Porto. Pimenta Machado também expôs a situação à Procuradoria-Geral da República. Rui Mendes abandonou prematuramente a arbitragem e chegou a ser acusado no processo originário mas acabou por não ser pronunciado.